No dia de Natal fomos apresentar o nascimento de Jesus em forma teatral com alguns jovens da comunidade.
Sou frade franciscano, missionário na Guiné-Bissau desde 1993. Com este blogue quero informar sobre a vida nas nossas missões franciscanas espalhadas em África, em particular na Guiné-Bissau.
No dia de Natal fomos apresentar o nascimento de Jesus em forma teatral com alguns jovens da comunidade.
O fr. Rino distinguiu-se como esperto arquivista da Diocese, mas também como excelente historiador. Graças à sua preciosa colaboração, foi publicado em 2005 o livro Os Frades Menores de Veneza na Guiné-Bissau: 50 anos de história para recordar (1955-2005). Ele era também o "capelão" de muitas congregações femininas que o solicitavam para celebrações, confissões e direção espiritual.
Atualmente o fr. Rino está a reescrever a história da evangelização da Guiné-Bissau com a ajuda de novos documentos inéditos.
Numa igreja praticamente deserta, quatro jovens franciscanos receberam - no domingo 22 de novembro - os ministérios instituídos do leitorado e acolitado. Os seus nomes são: fr. Braima, fr. Chete, fr. Lucas e fr. Viriato. Na sua homilia, D. José Lampra sublinhou a dimensão do serviço insita nestes ministérios, que são ordenados ao crescimento da comunidade cristã.
A comissão diocesana da educação e ensino organizou uma sessão de formação para os diretores das escolas católicas em Bula no dia 24 de outubro. O tema de formação é a disciplina 'Introducao à vida'. Esta disciplina articula-se em três dimensões: humana e espiritual, religião católica e ética e moral e tem como finalidade a promoção dos valores evangélicos e da Doutrina Social da Igreja e, em particular, da dignidade da vida humana.
No entanto, sinto-me muito bem aqui, porque é uma missão nova, num território selvagem e primitivo, com uma povoação muito agarrada as suas tradições. Quer dizer, uma missão onde há muito trabalho a fazer e a evangelização está ainda no início.
Oblato de Maria Imaculada, o p. Celso Corbioli
Hoje a Igreja celebra a festa litúrgica de Nossa Senhora, Mãe de Africa. Alguém poderia estranhar este título curioso atribuído à Virgem Maria. Quando é que surgiu esta festa? Quais os motivos?
A primeira evangelização do continente africano teve início, na Argélia, África do Norte, no segundo século da primeira era cristã. Neste período, Argélia tornou-se província do Império Romano e conheceu, então, os primeiros discípulos de Cristo, vindos como evangelizadores. Entre eles Santo Agostinho, pai e Doutor da Igreja. No século V, o país estava repleto, de basílicas e Santuários Marianos, e se caracterizava por sua cristandade florescente!
A partir do século VII, os árabes impuseram a religião islâmica. Hoje o islamismo é a religião do estado, praticada por 98% do povo, restando 2% para os católicos, não há mais de 60 mil católicos em todo o país.
Na cidade de Argel, capital de Argélia, encontra-se o célebre Santuário Mariano dedicado a Nossa Senhora da África.
Conta a história que foram duas mulheres que idealizaram este santuário a Nossa Senhor da África. Em 1846 duas jovens operárias, Margarita Bergezio e Anna Cuiquien de Lyon, França, mas de origem italiana, acompanharam o bispo Pavy que iria assumir a diocese de Argel e elas se dedicariam às obras sociais que o mesmo bispo fundara na Argélia.
As duas jovens missionárias, chegando a Argel, não encontraram nenhum santuário mariano, sentiram a falta de uma igreja ou capela dedicada à Mãe de Deus, na qual pudessem expandir a sua devoção.
Tiveram a ideia de colocar uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o lugar se transformou num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora.
No dia 02 de Julho de 1857, as mulheres, com a ajuda do povo, conseguiram construir uma pequena e modesta capela. Vendo isto, o bispo de Argel fez um apelo ao povo, e os donativos foram chegando de modo que puderam iniciar no dia 02 de Fevereiro de 1858, a construção do atual santuário. Belas pedras extraídas das pedreiras de Koulba foram os primeiros assentos do Santuário.
O atual santuário foi concluído em 1872 sobre rochas elevadas que domina o mar e a cidade de Argel. À imagem entronizada no Santuário recebeu o título de Nossa Senhora da África, e foi oferecida pelas alunas das Irmãs do Sagrado Coração de Lyon. É uma imagem de bronze, que foi coroada em 20 de Abril de 1876.
Numerosos são os peregrinos que o visitam. Não apenas católicos, como também muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as partes para rezar ante a imagem da Santíssima Virgem.
A devoção à Virgem Maria encontrou no continente africano, um novo elã, principalmente depois da metade do século XX e após o lançamento de uma nova evangelização, às vésperas do século XXI.
O então bispo de Bissau, Dom José Câmnaté na Bissign, renunciou ao cargo. O pedido foi aceito pelo Papa Francisco e divulgado este sábado (11/06/20) pelo Vaticano. O prelado alega motivos de saúde o que dificultaria cumprir cabalmente os compromissos administrativos do cargo. Há vinte anos à frente da Diocese de Bissau composta por 27 paróquias, Dom José Câmnaté na Bissign, aos 67 anos, o primeiro bispo católico nascido na Guiné-Bissau, se tornará bispo emérito. A idade prevista para a resignação é a de 75 anos, mas segundo o Direito Canónico os bispos diocesanos podem fazê-lo antecipadamente se em causa estiver uma precária saúde ou outras razoes plausíveis.
Ordenado bispo no dia12 de fevereiro de 2000, tendo como lema da sua ordenação episcopal “bem-aventurados os construtores da paz porque serão chamados filhos de Deus”. D. José Câmante na Bissign foi nomeado por Papa João Paulo II como sucessor de Dom Septimio Arturro ferazzeta na Diocese de Bissau. Nascido a 28 de Maio de 1953, em Mansoa, região de Oio, província norte da Guiné-Bissau. Foi ordenado sacerdote em Bissau, em 31 de dezembro de 1982, com 29 anos de idade. Após a morte de Settimio Ferrazzetta, ele foi nomeado o segundo bispo da Diocese de Bissau, em 15 de outubro de 1999. Sua sagração episcopal ocorreu em 12 de fevereiro de 2000, sendo consagrante principal Jean-Paul Aimé Gobel, Arcebispo Titular de Calatia, e co-consagrantes Paulino do Livramento Évora, bispo de Santiago de Cabo Verde, e Pierre Sagna, bispo de São Luís do Senegal.
Dom José Lampra Cá, bispo auxiliar de Bissau, foi nomeado administrador apostólico da diocese de Bissau enquanto se aguarde a nomeação de um novo bispo. Dom Lampra Cá assume o governo da diocese de Bissau até que o Papa nomeie novo bispo. Agora a Diocese de Bissau é considerada Sé Vacante ou sede Vacante (do latim Trono Vazio). De acordo com o Direito Canónico da Igreja Católica Apostólica Romana, Sé Vacante corresponde ao período em que a Sé episcopal (Cátedra) da Igreja Particular está sem um bispo, seu pastor.
O agora bispo emérito, Dom José Câmnate na Bissign esteve sempre envolvido no diálogo entre os diferentes grupos políticos e religiosos da Guiné-Bissau. Foi um dos principais defensores da Comissão Justiça e Paz e do Conselho para o diálogo ecumênico, inter-religioso e para a promoção da dignidade humana. Era até 11 de julho vice-Presidente da Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (2016) e Presidente da Conferência Episcopal de Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau desde 2017.
Por: Casimiro Jorge Cajucam