Na nossa paróquia os casamentos são frequentes. No ano passado, por exemplo, celebramos treze casamentos. Foi um ano abundante. Este ano os casamentos foram (apenas) seis, até à data presente. Mas a particularidade deste ano são os casamentos “internacionais”, quer dizer, entre cônjuges de nacionalidade diferente.
No dia 14 de Maio, tivemos um casamento entre um nigeriano (Levi Ebere Chukwu Obiagwu) e uma ivoriana (Epiphanie Ouattara Sarah). A pedido dos noivos, a celebração foi nas duas línguas: as leituras foram em inglês e francês; a homilia foi em francês; a promessa de fidelidade foi feita por cada um na sua língua materna. Estavam presentes os membros das duas comunidades católicas presentes na Guiné: francófona e anglófona. Foi mesmo bonito.
No dia 28 foi a vez de um italiano, amigo dos franciscanos (Denis Rossi) que casou com uma guineense (Judite Paulo Sami ), que foi cozinheira da nossa fraternidade. Neste caso a cerimónia foi toda em crioulo (o dialecto nacional da Guiné), com o noivo a fazer um grande esforço para pronunciar correctamente a fórmula de fidelidade. Tudo correu bem e agora os dois já estão na Itália.
É extraordinário constatar como o amor humano pode ser tão forte que faz ultrapassar todas as barreiras (de nação, língua, cultura, religião) e ligar pessoas numa aventura que é sempre apaixonante, mas também cheia de riscos, surpresas, incógnitas. Costuma-se dizer que o amor é cego. Pessoalmente, prefiro pensar que o amor é a maior “invenção” de Deus, a sua dádiva mais extraordinária aos homens. E o sinal mais seguro da sua presença entre nós.
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