É difícil imaginar que a nossa Guiné possa ser teatro de tensões
inter-religiosas, mas é isso mesmo que está a acontecer.
Na zona de Nhoma, concretamente na aldeia de Sucuto, uma
seita islâmica está a introduzir novos ritos e costumes que estão em contrasto
com a religião tradicional africana. Agora, isto em si não seria nada de mal,
pois o Estado garante a cada cidadão a liberdade de professar a sua religião e até
de fazer conversões, mas esta seita (Amadia?)
está a perturbar, até mesmo a ameaçar a religião tradicional dos moradores (os
balantas), que se sentem desprezados e atingidos naquilo que eles têm de mais
sagrado, quer dizer, os seus ritos e crenças. A questão foi levada para as autoridades
do Estado que têm reagido de forma - a meu parecer - ligeira, minimizando o
problema. Mas o problema é sério e merece uma análise aprofundada. Já outras
vezes houve confrontos na nossa zona, com perda de vida humana, para questões mais
leves. A missão está a tentar mediar, através da sua comissão paroquial Justiça e Paz, mas até agora com pouco
resultado. Os franciscanos da missão escreveram também à Administradora do
setor de Nhacra, pedindo que use prudência
e sabedoria em tentar resolver esta questão.
Reuniao entre as autoridades do Estado e a populaçao local. A governadora do setor de Oio esta no meio. |