quinta-feira, 28 de abril de 2011

Toda a Guiné te agradece, papa Joao Pualo II

Estamos na véspera da beatificação do papa João Paulo II, prevista para o dia 1 de Maio próximo, em Roma. 

Nós os franciscanos da Guiné-Bissau estamos sinceramente agradecidos a este papa extraordinário sobretudo pela visita que ele fez à Guiné em Janeiro de 1990. Era a primeira vez que um papa visitava o nosso país e a visita foi muito breve (menos de 24 horas), mas memorável. Chegou a Bissau a 27 de Janeiro, vindo de Cabo Verde. Teve um encontro com todos os responsáveis da pastoral (clero, missionários, religiosas, catequistas) na catedral; em seguida, celebrou uma s. Missa inesquecível no estádio “Lino Correia”, cheio de uma multidão exultante de cristãos (e não cristãos). Mas o momento mais alto foi no dia 28 de Janeiro, quando ele se encontrou em Cumura (a nossa missão mais antiga) com os doentes de lepra. Era o Dia Mundial da Doença de Hansem (ou lepra) e este encontro foi certamente o momento mais comovente de toda a visita. Eis as palavras que ele dirigiu aos nossos irmãos doentes: 
O papa Joao Paulo II, D. Settimio A. Ferrazzetta e o card. Tomko
No meio dos irmaos leprosos

“A vossa presença causa-me ternura e compaixão… Eu gostaria de ter mais tempo para conversar com cada um de vós, porque vos amo muito, sofro por vos ver sofrer; e a todos quero confortar… Eu vou partir; mas digo ao Senhor Bispo – que é vosso grande amigo e ao qual se deve esta obra de Cumura – e peço aos médicos, aos enfermeiros e a quantos vos assistem, que vos façam todo o bem que o Papa desejaria fazer-vos, se pudesse aqui ficar convosco…  Eu nunca vos esquecerei”!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os Focolares na Guiné

O movimento dos Focolares é uma das realidades eclesiais mais importantes dos últimos tempos na Igreja Católica. Este movimento, fundado por uma mulher – Chiara Lubich – está actualmente espalhado em todo o mundo. Em África, os centros do movimento estão em Nairobi (Kenya), Fontem (Camarões) e Man (Costa de Marfim). Pela primeira vez, a pequena comunidade presente na Guiné recebeu a visita de alguns representantes deste movimento, vindos de Itália e da Costa de Marfim, nos dias 12 a 19 de Março. A visita nasceu do desejo do Sr. Federico Vescovini de visitar as missões franciscanas (na Guiné e no Senegal) onde a sua empresa financiou vários projectos de construções e furos de água. Isso no quadro das comemorações dos cinquenta anos de existência da empresa (no próximo ano), que a direcção decidiu comemorar com um álbum fotográfico das obras realizadas com os úteis não reinvestidos da mesma empresa. 
Com o Sr. Vescovini (primeiro a esquerda) diante do furo da missão de Brá

Fr. Renato, p. Celso, p. Giancarlo, Ezio, Federico, Richard e Donato
O Sr. Federico pertence aos Focolares e pensou convidar alguns amigos (Ezio Moznich e Richard Temy) que se encontram neste momento na Costa de Marfim (a Man e Abidjan), juntamente com Donato Chiampi, do focolare de Trento, que foi convidado em qualidade de cameraman. A visita, embora tivesse sido improvisada, foi muito frutuosa e serviu para encorajar a pequena comunidade local a ir para frente confiando na unidade do movimento, em particular dos seus responsáveis para a África ocidental, Pino e Vitoria. 

Ezio e Richard com alguns membros da comunidade local

domingo, 17 de abril de 2011

Vida consagrada em crescimento


Diante das estatísticas desconfortantes de tantos países (sobretudo na Europa e na América do Norte) que registam uma significativa diminuição numérica de vocações, é deveras consolante saber que noutras regiões a vida consagrada, pelo contrário, está em crescimento. Na Guiné-Bissau, por exemplo. Para falar só dos franciscanos menores, os autóctones já ultrapassaram em número os “missionários” vindos do estrangeiro (de Itália e Portugal) e, desde 2009, o nosso superior regional (ou “custodio”) é um frade guineense: fr. Victor Luís Quematcha. Quem teria imaginado isso só cinco anos atrás?
No campo feminino, dois institutos já decidiram abrir aqui a sua casa de noviciado: as Franciscanas de Cristo Rei e as Adoradoras do Sangue de Cristo. E outros estão a pensar nisso. É nesta perspectiva que na passada 3ª-feira, na cúria diocesana de Bissau, houve um encontro de formadores e formadoras dos diferentes institutos para traçar um esboço de “noviciado inter-comunitário”. Entre as várias propostas emersas, uma em particular teve um amplo consenso: organizar cursos de uma semana, de dois em dois meses, de tipo residencial (a gente fica no sitio fazendo vida comunitária). Ainda não se sabe muito bem quem dará estes cursos, onde e como, mas um primeiro passo importante foi dado. O Espírito com certeza ajudará a descobrir o caminho a seguir.  Prevê-se para o próximo ano seis noviças vindas destes dois institutos. 

Um momento da reunião

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As Franciscanas de Cristo Rei em festa


No dia 6 de Janeiro último, as nossas irmãs Franciscanas de Cristo Rei celebraram 25 anos de presença na Guiné-Bissau. O aniversário foi celebrado com franciscana sobriedade em Bedanda, pequena aldeia no sul da Guiné, na região de Tombali. Porque Bedanda? Simplesmente porque foi lá que tudo começou. Mas vamos com ordem.
O convite a ir para Guiné veio do nosso infatigável D. Settimio A. Ferrazzetta, que estava a procura de um grupo de irmãs para cuidar das populações do sul, abandonadas a si mesmas e sem assistência medica e espiritual (a missão mais ao sul era Catió, assistida pelos missionários do PIME). 

D. Settimio com a Madre Geral (à sua esquerda) e as primeiras sete irmas (no fundo, o fr. Fortunato de Pellegrin, OFM)

Mas o bispo tinha medo. As condições daquela região eram verdadeiramente difíceis: estradas impraticáveis, falta de água durante o tempo seco, influencia muito forte da religião tradicional e ausência quase total de cristãos, etc. Depois de ter mostrado à Madre Superiora a missão, D. Settimio lançou-lhe um desafio: “Irmã, ficar aqui vai ser muito duro para as suas irmãs! Os problemas são enormes. A diocese é pobre e não vai poder ajudar muito. Aceitam?”  A Madre, depois de ter consultado as suas irmãs e vendo a determinação delas, decidiu aceitar o desafio.
Depois de 25 anos vividos na fidelidade e no heroismo, elas ainda estão lá, bem presentes e conhecidas por todos. A gente faz quilómetros para ir curar-se no seu dispensário (o melhor da região) ou para pedir água; o jardim também é muito estimado; a comunidade cristã já cresceu e foram celebrados os primeiros baptismos e casamentos. No entanto, uma nova comunidade das irmãs foi aberta em Bissau, no bairro de Brá (1989).
No dia 6 de Janeiro passado a festa foi grande. Houve também uma delegação de muçulmanos que fez questão de participar nas celebrações para manifestar publicamente a sua gratidão às irmãs. 

Ir. Maria Pia, ir. Ernestina e ir. Melania


As aspirantes das irmãs de Cristo Rei

terça-feira, 5 de abril de 2011

Francisco de Assis continua a fascinar!

Hoje vou apresentar um membro da minha comunidade. Chama-se fr. Máximo, é um frade muito calmo e doce, uma autêntica mãe para todos nós. A história da sua vocação permite-nos conhecer melhor a origem da missão franciscana na Guiné-Bissau.  

Tudo começou em 1955. O prefeito apostólico da Guiné fez um pedido à nossa Província franciscana (s. António de Pádua, Veneza), ao qual o nosso ministro respondeu enviando três franciscanos. Deviam cuidar dos leprosos que se encontravam abandonados em Cumura, pequena aldeia perto de Bissau. O lugar era tristemente famoso e pouco frequentado. Os nossos “heróis” aceitaram o desafio com franciscano entusiasmo. 
Fr. José, fr. Settimio e fr. Epifanio em Lisboa
Hoje Cumura é conhecida como a nossa missão mais importante, centro de irradiação do carisma franciscano.
 
É aqui que nasceu o nosso Máximo, debaixo da sombra dos franciscanos. Desde muito cedo ele começou a admirar o seu estilo de vida simples, o trato familiar com as pessoas, a alegria contagiosa, a compaixão para com os pobres e os doentes. Pouco a pouco ele amadureceu a sua vocação. Um momento marcante da sua vida foi quando a missão recebeu 5.000 refugiados, durante o conflito político-militar de 1998/99. Os frades colocaram-se imediatamente ao serviço das pessoas oferecendo com generosidade o pouco que tinham e dando assistência em géneros, água e muito mais. Este testemunho de amor evangélico conquistou o nosso jovem que começou a pensar seriamente na eventualidade de tornar-se franciscano.

Refugiados em Cumura (1998/99)
Hoje o nosso irmão está no 2° ano de filosofia, feliz de ter escolhido Francisco de Assis como seu mestre e modelo de vida.   

Fr. Máximo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alerta nuclear no Japão


No Japão a população está a viver horas de angústia muito forte depois que – no mês passado – um violento terramoto atingiu a costa oriental do país matando ao menos 350 pessoas (às quais é preciso acrescentar as  500 dispersas) e destruindo edifícios e bens. Agora há o risco de uma catástrofe nuclear: um reactor da central de Fukushima está a deitar água radioactiva. Numa luta contra o tempo, os cientistas estão a tentar bloquear esta fuga de material altamente perigoso.
No entanto, os nossos confrades missionários (uma dezena) enviaram uma mensagem dizendo que as nossas missões, situadas na ilha de Okkaido (norte do Japão) e em Tokyo não foram atingidas. Estão todos bem e continuam trabalhando normalmente.
Um fruto muito positivo desta tragédia é que entre a população está a surgir um grande espírito de solidariedade e entreajuda. Com muita generosidade, as pessoas se oferecem para ajudar, disponibilizando tempo, meios e dinheiro. Eis o testemunho duma jovem mãe, cujo nome é Hiromi Hata, que mora nos arredores de Tokyo: 抭拚拫持拓拘拲挈捫据捰捲捶捥捧捻掅掉掌掎捽掁掃抭拚拫持拓拘拲挈捫据捰捲捶捥捧捻掅掉掌掎捽掁掃抭拚拫持拓拘拲挈捫据捰捲捶捥捧捻掅掉掌掎捽掁掃抭拚拫持拓拘拲挈捫据捰捲捶捥捧捻掅掉掌掎捽掁掃抭拚拫持拓拘拲挈捫据捰捲捶捥捧捻掅掉掌掎捽掁掃.
Claro, não?