Depois de uma prolongada doença, o Chefe de Estado guineense, Malam Bacai Sanha, acabou por falecer esta segunda-feira, 9 de Janeiro, conforme o comunicado da Presidência da República.
Desde o seu internamento no hospital parisiense, Val-de-Grace, em 26 de Novembro de 2011, muitos rumores apontavam para a morte do Presidente, informação desmentida pelo seu gabinete.
Com a morte do Chefe de Estado, os guineenses, à luz da Constituição da República, serão chamados à urna, no prazo máximo de sessenta dias, a não ser que se chegue a acordo entre os actores políticos, sobre o qual se esperam muitas movimentações.
Malam Bacai Sanha nasceu a 5 de Maio de 1947, no sul da Guiné-Bissau, localidade de Dar Salam, povoação de Kam, região de Quinara, a sul do país. Era casado e pai de três filhos.
O antigo Presidente entrou pela fileira do PAIGC, em 1962, licenciou-se em Ciências Politicas, na antiga RDA (Alemanha), tendo desempenhado vários cargos nas estruturaras do PAIGC e do Estado, entre 1975 e 1994, nomeadamente o Governador da Região de Gabi, leste da Guiné, e Biombo, norte do país, ministro da Província Leste, Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), ministro da Informação e das Telecomunicações e ministro da Função Pública e do Trabalho.
Na sequência das primeiras eleições multipartidárias e democráticas, em 1994, foi eleito Presidente da Assembleia Nacional Popular, função que lhe valeu assumpção, por via constitucional, ao cargo de Presidente da República interino (1999-2000), em consequência do conflito político-militar de 1998. Em 2009, decorrente das Eleições Presidenciais antecipadas, Malam Bacai Sanha foi eleito Presidente da República para uma magistratura de cinco anos, que não conseguiu cumprir, em virtude da sua doença, acabando por falecer hoje, em Paris, capital francesa.
