quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O mês acabou, mas a missão continua!

A Kodjogoro a gente está à espera que a catequese retome.
Estamos quase no fim do mês missionário e provavelmente a gente se pergunta: Será que este mês foi bem aproveitado? E agora? Vamos continuar com mais alguma atividade ou tudo acabou?
E sim, porque um mês passa depressa e a sensaçao é que o tempo foi curto por demais.

Pessoalmente, penso que se o mês missionário está no fim, isso não significa que tudo deve parar, pelo contrário, devemos continuar mas com esta nova consciência de que somos todos "batizados e enviados", lançados como "Igreja de Cristo em missão no mundo". Noutras palavras, o mês missionário foi uma pequena paragem de reflexão, de escuta do Espírito para repartirmos com novo entusiasmo.

Como costuma dizer o papa Francisco: "Eu sou uma missão!"

Visita fraterna do fr. Nicodème Kibuzehose, definidor geral para Africa

Fr. Michael, fr. Raxido (custódio), fr. Renato e fr. Nicodème
No passado fim de semana (26 de outubro) tivemos a alegria de receber durante algumas horas o fr. Nicodème Kibuzehose, frade menor do Burúndi, atualmente definidor (=conselheiro) geral para África. Veio visitar as fraternidades da Custódia, entre as quais as de Quinhamel e de Blom.
 Apesar da dificuldade da língua (ele não fala português), ele soube transmitir a sua simpatia e bondade de coração de forma simples e sincera.
Obrigado, fr. Nicodème, agora Roma não fica tão longe de nós.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O sínodo da Amazónia interpela e provoca a Igreja


Resultado de imagem para sinodo da amazonia fotosCada vez, o debate sempre se concentra no celibato dos sacerdotes e no papel das mulheres na Igreja. Como esperado, os nós da ordenação sacerdotal de homens casados ​​(viri probati) e da atribuição de ministérios eclesiais oficiais aos fiéis católicos monopolizam o confronto entre os 185 padres sinodais no sínodo especial dos bispos na Amazónia, agora em sua penúltima semana. Isso pode ser visto nos relatórios oficiais das congregações gerais (nas reuniões de todos os membros da assembleia) e no sincero testemunho de bispos que se queixam de pressão, porque a reunião limita o debate a viri probati apenas em detrimento de outras questões decisivas, mesmo que menos mídia, pelo menos no Ocidente. Em primeiro lugar, a necessidade urgente de implantar a Igreja ao lado de missionários que, mesmo ao preço de suas vidas (1.200 mortos apenas no Brasil, desde os anos 1980 até o presente), estão lutando para proteger o meio ambiente e os índios.

Aqueles que levantam a questão não são bispos hostis à ordenação de homens casados. Muito pelo contrário, é uma questão de prelados no comando das dioceses da Amazónia, que até apontam que a proposta está contida no documento de trabalho da assembleia, resultado de ouvir centenas de comunidades da floresta tropical. Ao mesmo tempo, porém, eles levantam suas vozes contra pressões indevidas no Sínodo, para que a questão absorva todo o debate. Por trás dessa atitude, encontram interesses económicos daqueles que lucram com a exploração da Amazónia e dos nativos.

Na esfera eclesial, é sobretudo uma parte da Igreja alemã e americana que deseja bloquiar a viragem em favor dos viri probati, com medo de que a luz verde dada na Amazônia também possa ser desencadeada em outros contextos eclesiais. Da Alemanha, que em dezembro iniciará um processo sinodal, para a Austrália, onde em 2020 haverá um conselho local após o escândalo de pedofilia que condenou, tanto na primeira quanto na segunda instância, o cardeal George Pell, ex-arcebispo de Melbourne e Sydney .

Padres casados, mas não a tempo pleno. Esta é a solução prática que está amadurecendo na sala e que deve (a menos que seja surpresa) fluir para as proposições finais a serem submetidas ao Papa para uma decisão sobre o assunto, sem prejuízo da natureza consultiva e não vinculativa do Sínodo dos Bispos. Assim, trabalhamos com a hipótese de ordenar “casados de fé comprovada” que, no contexto indígena, possam administrar os sacramentos sob a supervisão de um pároco celibatário.


Representantes de grupos étnicos da Amazônia participam de procissão com o papa Francisco no Vaticano, onde acontece o Sínodo da Amazônia (Foto: Andreas SOLARO / AFP)Os novos presbíteros estariam em part time: continuariam seu trabalho como caçadores, pescadores ou camponeses. Em termos concretos, nada mais do que a proposta do bispo austríaco Erwin Krautler, missionário na Amazónia por mais de 50 anos, que ele próprio apresentou ao papa Francisco em uma audiência privada em 2014. Alguns padres sinodais levantaram as suas vozes contra os viri probati temendo uma degradação geral do celibato sacerdotal, além daqueles que consideram a questão de natureza universal e, portanto, que deve ser colocada na mesa de um próximo Sínodo geral ordinário. Alguns rumores indicam que o da agenda de 2021 está centrado precisamente nos ministérios.  

No lado da participação feminina na vida da Igreja, uma passagem genérica parece ser dada como certa no documento final sobre a necessidade de designar ministérios oficiais leigos também para as mulheres. Esses seriam os papéis de acólito e leitor, mas o serviço de animador pastoral também poderia ser criado a partir do zero. De fato, já foi testemunhado várias vezes na sala, mulheres nas aldeias indígenas já prestam esses serviços. Agora é hora de reconhecê-los completamente. Surpreendentemente, no debate no Sínodo, o tema do diaconato feminino apareceu, com alguns padres expressando seu apoio. Para alguns, o caminho das diaconisas seria preferível em relação ao clero uxorato, também com o objetivo de evitar o fortalecimento da clericalização na Igreja. Tanto os viri probati quanto as mulheres mostram a vontade da Igreja de passar de uma pastoral da visita a uma pastoral da presença em uma região, a Amazónia, tão grande quanto a Austrália, onde a celebração eucarística em algumas aldeias é apenas a cada três quatro anos. Os dois argumentos entram totalmente na necessidade do povo de Deus de uma profunda inculturação do Evangelho na floresta fluvial (onde o celibato continua a ser visto com desconfiança) e no constante apelo do Sínodo a uma ecologia integral (proteção meio ambiente e justiça social).  

Apelações e reclamações ressoaram na sala na defesa da criação nestes dias. Como a alerta sobre o cultivo crescente de coca, de 12 mil a 23 mil hectares, com efeitos devastadores devido ao aumento da criminalidade e à rutura do equilíbrio natural. Isso acaba contribuindo para a desertificação da Amazónia, objeto de incêndios criminosos e de políticas extrativas de tipo predatório. Uma conversão ecológica da Igreja que saiba reconhecer e condenar com decisão os pecados ambientais é pedida de muitos lados. No alvo o modelo liberal, criticado repetidamente pelo papa em sua encíclica verde, Laudato si ', a verdadeira magna carta da assembleia.

Artigo publicado originariamente em italiano com o título: "Sinodo Amazzonia, preti sposati sì ma part-time", acesso em: https://www.quotidiano.net/cronaca/sinodo-amazzonia-preti-sposati-1.4833851. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Duas irmãs franciscanas fazem consagração definitiva a Deus

A ir. Eva Sambú no meio da sua gente felupe
Grande festa no sábado passado (5 de outubro) em casa das Irmãs Franciscanas de Cristo Rei pela profissão perpetua de duas irmãs guineenses: Eva Sambú e Welly Fernando Cabral.

 A primeira, Eva Sambú, de etnia felupe, nasceu em Cacheu a 2 de junho de 1986. Em 2006 entrou na casa de formação "Cristo Rei" depois de uma preparação de três anos. Em 2008 foi para Brasil para o postulantado e o noviciado. Voltou em 2011, com destino Bedanda. Em 2012 fez a sua primeira profissão em Brá com uma grande festa. Desde 2015 ela está a estudar enfermagem na universidade Lusófona.
A ir. Welly F. Cabral rodeada pelos membros da sua etnia


O momento da bênção final
A segunda, Welly Fernando Cabral, filha de Fernando Cabral e Mariama Biague,nasceu em Bissau a 10 de julho de 1988 e é de etnia mancanha. Passou toda a sua infancia a Bedanda onde frequentou a escola primaria e o ciclo. Depois disso foi continuar os seus estudos em Bissau, entrando na casa de formaçao das irmas de Cristo Rei em 2008. A seguir, foi para Brasil de 2009 a 2013. Fez a sua primeira profissao no Brasil em 2013. Voltou para a Guiné no mesmo ano, sendo destinada à comunidade de Brene. Como a ir. Eva, ela também está a estudar enfermagem na universidade Lusofona desde 2015. 

Os seus votos foram recebidos pela ir. Edite Ongaro, madre geral das Franciscanas de Cristo Rei que fez a deslocação de Itália pela ocasião. A cerimónia, presidida pelo bispo de Bissau D. José Câmnate na Bissign, contou com a presença de uma dúzia de padres, muitíssimas irmãs e numerosos fiéis. No fim da celebração os respetivos grupos étnicos vestiram com orgulho as duas irmãs com os trajes e os ornamentos da própria etnia. 

As irmãs franciscanas de Cristo Rei chegaram à Guiné-Bissau em 1986, estabelecendo-se primeiro em Bedanda, no sul do país, e em seguida, em Bissau (paróquia de Brá). Recentemente elas abriram uma casa de formação em Brene, na zona do aeroporto.