terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A minha amiga muçulmana



Não conhecia Renata até alguns meses atrás. Um dia apresenta-se na missão pedindo o dinheiro para pagar a sua escola. Respondo que não costumo ajudar pessoas desconhecidas, mesmo se são simpáticas. Ela explica-me que eu recebo periodicamente uma soma de dinheiro de certa “Sra. Renata”, italiana, para ela. Assim comecei a conhece-la melhor descobrindo muitas coisas sobre ela. Por exemplo, que tem dezasseis anos, é simpática e desinibida. Perdeu a sua mãe quando tinha quinze anos, nunca conheceu o seu pai, porque este abandonou a família quando ela era ainda pequena. Neste momento vive com uma tia. Renata é muçulmana, mas não parece. Quando a convidei a participar da “Marcha pela paz” organizada pelos franciscanos, no dia 2 de agosto, aceitou com entusiasmo, mais, veio com uma amiga, também muçulmana. No fim da marcha, as duas raparigas subiram o pódio e agradeceram pela bonita manifestação e lançaram um apelo em favor da paz e reconciliação, porque – como disse a Renata – “sono todos irmãos e devemos aprender a nos perdoar e a colaborar juntos para edificar um mundo mais justo e fraterno”. Quando há uma celebração ou uma festa, ela gosta de participar, ou melhor, fica zangada se não recebe o convite. Tem um coração muito sensível e um sentido muito forte de partilha. Parece-me mais cristã de muitos dos meus paroquianos. Oxalá, talvez um dia dê um passo em frente e se torne cristã. Por enquanto não o faz, provavelmente porque tem medo de “trair” a fé da sua família, em particular da sua mãe. 
Renata com ir. Silvia

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Inauguração de Ano da Vida Consagrada na diocese de Bissau



Depois que a Igreja Católica deu oficialmente abertura do Ano da Vida Consagrada em Roma no passado dia 30 de Novembro, a nossa diocese também inaugurou ontem (6 de Dezembro) a abertura do mesmo acontecimento. Este ano da Vida Consagrada irá durar de Novembro de 2014 a Novembro de 2015, surgindo no âmbito das celebrações para os 50 anos da publicação do decreto conciliar Perfectae caritatis sobre a renovação na vida consagrada. Os três objectivos do Ano da Vida Consagrada foram explicados pelo cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica numa conferência de imprensa no dia 31 de Janeiro: fazer memoria agradecida do passado, abraçar o futuro com esperança, viver o presente com paixão. Para acompanhar as diferentes iniciativas que terão lugar durante o ano, a mencionada congregação já produziu dois subsídios de reflexão: “Alegrai-vos” e “Sondai o horizonte”. Há uma grande expectativa sobre este Ano da Vida Consagrada por parte dos religiosos e religiosas e também da Igreja, em particular do papa Francisco que “pede que deixemos para trás ‘uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pastorais’, para respirarmos ‘o ar puro do Espírito Santo, que nos livra de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência  religiosa vazia de Deus. Não deixemos que nos roubem o Evangelho!’” (Evangelii gaudium, nn. 20-24). 

A ir. Laura Aguilar, presidente da Conferencia da Vida Consagrada da Guiné-Bissau