quinta-feira, 26 de abril de 2012

Uma escola de arte em Cumura


Foi uma surpresa quando ontem aprendi que em Cumura existe uma escola de arte, dirigida pela ir. Maria Stefania Petralia, das irmãs franciscanas do Coração Imaculado de Maria. Esta irmã já está na Guiné há alguns meses, fazendo-se logo notar pela sua habilidade artística. Neste momento ela está a pintar a nossa capela, onde lhe pedimos de retratar o nosso Pai S. Francisco que recebe a regra franciscana das mãos do papa Honório III. A parte a beleza da obra, que se prevê muito bonita, gostei da harmonia e do espírito de colaboração entre os “artistas”, todos alunos da Irmã Stefania, que estão a frequentar a sua “Escola de Arte”, em Cumura. É confortante ver como a arte une as pessoas e as culturas através da sua linguagem universal que é a linguagem da beleza. 




domingo, 22 de abril de 2012

A escola “Julius Nyerere” celebra o seu padroeiro


Desde 1999, na comunidade de Plack-2/Aeroporto existe uma escola católica, cujo padroeiro é Julius Nyerere. Ele foi o primeiro presidente da Tanzânia e um grande professore de escola (era familiarmente chamado mwalimu=o professor). A Igreja católica já o declarou “Servo de Deus” e está a caminho da beatificação. 
Alunos da escola Nyerere (ano 2005)

Interior duma sala, em 2005

No dia 15 de Abril, a escola lembrou o seu ilustre padroeiro com uma palestra, onde intervieram o p. Venceslau, missionário do Preciosíssimo Sangue, tanzaniano, e a ir. Romana, religiosa das Adoradoras do Sangue de Cristo, que passou dez anos na Tanzânia como missionária. Ambos tiveram o privilegio de conhecer directamente o presidente Nyerere e contaram histórias e anedotas sobre a vida dele. Os alunos e os professores ficaram verdadeiramente entusiasmados  e agora querem conhecer directamente a Tanzânia e estabelecer uma parceria com alguma escola católica tanzaniana. 
O p. Venceslau, o director da escola (Simão Cabral) e a ir. Romana

A escola Julius Nyerere hoje

MENSAGEM AO POVO DA GUINÉ-BISSAU


Líderes religiosos da Guiné-Bissau

“Kada kin di nos pudi contribui pa Paz ten na Guiné”!
(Cada um de nós pode contribuir para que haja Paz na Guiné)!

Na sequência da crise que se instalou no país durante o último ato eleitoral, estavam em curso algumas negociações em vista de se encontrar uma solução viável para essa crise. Mas, infelizmente, fomos surpreendidos com o golpe de estado do dia 12 de Abril em curso. É uma situação realmente triste e altamente perigosa. Mas, apesar de tudo, ela não nos pode fazer desanimar. Deveremos a todo o custo procurar uma via de entendimento, para minimizar o sofrimento do povo.

1. Face a esta situação, nós, os líderes religiosos das comunidades Evangélica, Islâmica e Católica da Guiné Bissau, queremos dirigir esta mensagem a todos os Guineenses, com a finalidade de lhes pedir que se envolvam na procura da paz para a nossa terra.

2. Para alcançarmos este objetivo, achamos que nos devemos pautar pelas seguintes ações:
a) O diálogo, como via para a resolução dos crónicos problemas por que passa o país. Na verdade, é através do diálogo e do entendimento que podemos construir uma sociedade mais fraterna e mais pacífica. Porque temos a esperança de que a Guiné-Bissau pode reencontrar-se consigo mesma e no concerto das nações se os guineenses privilegiarem o diálogo baseado na objetividade e no respeito, porquanto o diálogo não faz mal a ninguém.
b) Investimento na justiça, como virtude e como sistema judiciário, na medida em que com ela se trava a violação dos direitos do outro.
c) Observância às regras morais e cívicas, porque possibilitam a vida em sociedade.
d) Lembrarmo-nos da nossa fé comum em Deus, visto que ela pode ajudar-nos a ver e a tratar o outro com amor.

3. A toda a população, pedimos a calma e a serenidade necessárias nestas alturas, porquanto estamos em busca duma solução pacífica da situação em que vive o país.

4. À comunidade internacional, solicitamos que colabore com os esforços internos na busca duma saída pacífica, que permita a resolução dos problemas da Guiné-Bissau.

Que Deus nos ajude a criarmos condições favoráveis para uma paz verdadeira e duradoura na Guiné-Bissau. Como bons Guineenses, “Nó fasi di Guiné-Bissau terra di paz ”(“Façamos da Guiné Bissau uma terra da paz ”).
E que Deus abençoe a Guiné Bissau!

Feito em Bissau aos 19 dias do mês de Abril de 2012

Os Lideres Religiosos das Comunidades Evangélica, Muçulmana e Católica da Guiné-Bissau.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Os Valentes fazem a sua promessa

O movimento dos CV-AV (“Coeurs vaillants-Ames vaillantes”) não é muito conhecido na Guiné-Bissau, tendo chegado no nosso país no fim dos anos noventa.
Este movimento católico nasceu na França em 1931 pela iniciativa do p. Gaston Courtois, caracterizando-se como um movimento para a evangelização das crianças. Recentemente o movimento mudou de nome, sendo agora o seu nome oficial “Action Catholique des Enfants” (ACE).
Na Guiné-Bissau este movimento foi introduzido pelo nosso confrade franciscano fr. Armando Cossá em Bula (diocese de Bissau). Neste momento o movimento está espalhado em quase toda a diocese de Bissau.
Na nossa paróquia, no domingo passado, 230 entre crianças e jovens, subdivididos em “Benjamins”, “Cadetes”, “Ainés”, “Meneurs”, “Futuros dirigentes” e “Dirigentes”, fizeram a sua promessa de fidelidade aos princípios e normas do movimento.  A cerimónia foi bonita, muito tocante e cheia de alegria  pascal. 



terça-feira, 17 de abril de 2012

APELO DOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA NA GUINÉ-BISSAU

D. José Lampra Ca apresenta a mensagem dos Bispos na conferencia de imprensa

“Bu ermon i kin ki ta kontau bardadi”!
(“Teu irmão é aquele que te diz a verdade”)


A todos os irmãos na fé em Jesus Cristo Ressuscitado
e a todos os homens e mulheres de boa vontade, presentes na Guiné-Bissau.


Dirigimos-vos este nosso Apelo em momento de enorme responsabilidade para todos e de grande risco para toda a população da Guiné-Bissau. Efectivamente, estamos colocados perante um problema nacional de enorme gravidade e de consequências ainda imprevisíveis. Os sinais explícitos de mal-estar vêm já de longe, mas alguns desses sinais manifestaram-se mais fortemente durante o último acto eleitoral. De facto, houve ainda algum esforço para, através dum diálogo franco e honesto, se ultrapassarem as dificuldades encontradas.  Infelizmente, o golpe de estado, do dia 12 do mês em curso, veio agravar a situação, com toda a carga de riscos, de problemas e de sofrimentos para toda a população que esta acção militar arrasta consigo. 

Agora, diante do facto consumado em que nos encontramos e das enormes interrogações com que todos somos confrontados, nós os Bispos da Igreja Católica na Guiné-Bissau, queremos confiante e empenhadamente dizer o seguinte:

1.      Nós repudiamos claramente mais esta opção militar e todas as formas de violência escolhidas para resolver os nossos problemas. Infelizmente, na nossa história recente, tem-se recorrido várias vezes a golpes semelhantes, e os resultados práticos estão à vista de todos: não se atingem as causas profundas das crises e assiste-se ao aparecimento de novos conflitos. Com a violência das armas, desorganizam-se as estruturas básicas da sociedade e termina-se por sacrificar toda a população, que finalmente é quem mais sofre, sem poder entender  bem porquê. Como diz a sabedoria popular: “Ora ki lifantis na guéria, padja ki ta paga kulpa”! (“Quando os grandes guerreiam entre si, os pequenos é que pagam as consequências”!).

2.      Neste momento de alto risco e de decisão, nós aconselhamos vivamente a todos os Guineenses o seguinte:


a)- Que, antes de mais, façamos apelo à nossa fé comum, pois acreditamos no Deus Criador e Pai que intervém para proteger, ajudar e ensina-nos a viver como irmãos. Também agora, nesta situação particular, queremos elevar os nossos olhos para esse Deus providente e misericordioso que nos há-de seguramente ouvir.

b)- Que formemos correctamente a nossa consciência moral, de modo a promover e defender o bem comum, e a evitar comportamentos negativos  que têm prejudicado enormemente a nossa convivência pacífica, nomeadamente:
            - a busca desenfreada e ilegal do poder e da riqueza,
            - a corrupção, nas suas variadas formas,
            - a impunidade perante os crimes cometidos,
            - a falta de transparência na gestão dos bens públicos,
            - a espiral de violência, que leva à morte de várias pessoas,
            - o desleixo generalizado no exercício da própria profissão, etc
           
c)- Que tenhamos um respeito sagrado pelas leis da República e pelas instituições democraticamente eleitas.

d) – Que o diálogo seja a via nobre a percorrer por todos na busca da reconciliação, da justiça e da harmonia social.

3.      Neste momento de particular dificuldade, queremos também deixar um pedido à Comunidade Internacional:
- Que ela continue a ajudar a Guiné-Bissau a encontrar soluções mais apropriadas para a nossa situação actual e para a tranquilidade e paz de toda a população.

4.      A terminar, como Pastores da Igreja Católica, queremos convidar todos os crentes a rezarem insistentemente a Deus, para que conceda a sua paz e a sua bênção à nossa terra, e a todos “dê vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

Bissau, 17 Abril 2012
                                               OS BISPOS DA GUINÉ-BISSAU




sábado, 14 de abril de 2012

Tentativo di colpo di Stato?

Che succede nella Guinea-Bissau? Difficile dirlo. Giovedì scorso, verso le ore 20.00, un gruppo di militari fortemente armati ha arrestato nella sua casa il primo ministro, mentre un altro gruppo ha prelevato il presidente della repubblica interino dalla sua casa. Perché? Dicono che non vogliono il potere, ma intanto protestano contro la politica del governo e non vogliono che il primo ministro continui a governare il paese. Tra l'altro, il Sign. Carlos Domingos Gomes Jr., sta per essere eletto presidente della repubblica. Ma i militari hanno fatto capire che non lo vogliono. Ma allora, che cosa vogliono? Probabilmente continuare a governare il paese all'ombra dei politici, senza che si sappia che le redini del potere sono nelle loro mani.
Tutto questo è molto triste. A quando la democrazia in Guinea?