quinta-feira, 6 de junho de 2019

Viva os voluntários!

Fr. Renato, Franca, Piero e fr. Piergianni
Eu sempre admirei os voluntários, quer dizer, os leigos que prestam serviço voluntário numa missão. Eles são uma espécie rara na paisagem missionária eclesial. Difíceis de classificar, estes leigos são geralmente pessoas ligadas por amizade ao missionário ou à missionária (ou, às vezes, a uma diocese). Muitas vezes, organizam-se em grupo de voluntariado, mas  há também "livres batedores" que andam sozinhos e querem simplesmente viver no meio da gente, do povo. Este último tipo de voluntários compartilha com a Igreja o desejo de ajudar os pobres, os oprimidos, mas quer ser independente, livre. Parece quase que tenham medo de perder a sua identidade leiga e popular, da Igreja da base.
 

Reconheço francamente que os voluntários são fantásticos: discretos, disponíveis, empreendedores, sabem fazer de tudo. Uma task-force invejável sobre a qual o missionário pode sempre contar. E além do mais, pagam as suas próprias despesas de viagem aérea, de comida, as viagens dentro do país, etc.
 

Piero em ação
Em nossa missão de Quinhamel, todos os anos recebemos voluntários para estadias mais ou menos longas (entre uma semana e dois meses). Este ano, em particular, um casal chamou a minha atenção: Piero e Franca. Casados, aposentados, com seus filhos já instalados, eles têm estado a visitar várias missões nos últimos 15 anos. Este ano, decidiram vir à nossa missão, porque ouviram dizer que lançamos um ambicioso projeto de agricultura (recuperação de arrozais invadidos pela água do mar, experimentação de novos tipos de arroz). Piero, que antes de se aposentar trabalhava como destruidor de máquinas agrícolas, mandou um caterpillar, um trator e outras máquinas. No início eu estava muito cético sobre a possibilidade de aquela "sucata" funcionar: o tractor (antediluviano, enferrujado) tinha a chave de arranque bloqueada no painel de comando e para acender o motor era necessário ligar os fios; e o caterpillar (velho, mas ainda em bom estado) fazia cinco metros e parava. Piero, no entanto, não era da mesma opinião e com sua teimosia conseguiu fazer tudo funcionar! Um verdadeiro milagre.

Neste momento eles estão na Itália, mas com a ânsia de regressar à Guiné para continuar com a sua nova aventura africana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário