Natal na paróquia

Este ano o Natal foi ... especial (poderia ser diversamente?). Em duas comunidades (Hafia e Plack-2) tivemos batismos de bebés. Em Plack-1 e em S. Paulo, a celebração da noite foi ao ar livre, debaixo das árvores, visto que as duas comunidades ainda não têm capela. Mas felizmente tudo correu bem. Na comunidade central (Brá), antes da s. Missa da noite, houve uma "peça" de Natal preparada pelos nossos pré-adolescentes.

 Um grande obrigado aos  nossos da JUFRA pelo presépio bonito que prepararam no átrio da igreja.

E a Ir. Lídia que se ofereceu mais uma vez para preparar um presépio "africano" dentro da nossa igreja. 

A vós todos, leitores, os nossos votos de um FELIZ NATAL cheio de amor, paz e felicidade.

Visita à Sra. Olympia

Penso que a Sra. Olympia seja agora bem conhecida pelos nossos leitores, pois já tivemos a oportunidade de falar dela. Hoje fomos visita-la no quadro do Natal para fazer-lhe sentir a nossa solidariedade nesta quadra festiva tão querida pelos nossos cristãos. Fui com quatro pessoas da comunidade anglófona, que queriam oferecer-lhe alguns dons: um saco de arroz, um envelope com dinheiro, um caixote com tecidos e material de costura.

Naturalmente a Olympia ficou muito contente com a nossa visita e com os dons, revelando que sobretudo o arroz era precioso, pois a sua reserva estava quase acabada (como sempre...). Assim descobrimos que a sua casa caiu por completo e agora os seus "filhos" estão a construir um novo edifício ao lado. O maior dos improvisados "pedreiros" tem 19 anos e trabalham sem prumo! E' mesmo verdade que Deus protege os pobres. No fim da visita oferecemos às crianças algumas laranjas.
Coragem, Sra. Olympia, não deve ser fácil cuidar de 17 meninos com idades de 3 a 19 anos.

A Sra. Segunda volta para casa

Segunda na Wangna é uma mulher muito ativa e dinâmica da nossa comunidade cristã de Plack-1. Há dois anos ela perdeu o seu marido, Sam Mendes – uma pessoa brilhante e inteligente –, que ela adorava. Foi um golpe terrível para ela, que ficou sozinha com os quatro filhos.

Como se isso não bastasse, uma outra desgraça caiu sobre ela: a casa queimou (em circunstâncias ainda por esclarecer; parece que uma filha, querendo acender uma vela dentro dum quarto deu fogo à cortina). A Segunda e os filhos foram obrigados a buscar outro alojamento provisório junto de alguns familiares. No entanto, com a ajuda de pessoas da comunidade e do irmão do falecido, Nicolau, a casa foi reparada e declarada habitável. Mas alguns tios começaram a dizer que não, ela não podia voltar para a sua casa porque “habitada pelos diabos”. A prova era que uma casa coberta de zinco não pode queimar!

Tentei convencê-la em todas as maneiras, mas foi inútil. Finalmente, no domingo passado, depois de vários encontros com os responsáveis da comunidade e com os tios (talvez as pessoas mais difíceis a convencer), ela pôde entrar de novo na sua casa. Foi um momento de grande emoção e alegria. Na minha qualidade de pároco, dei uma bênção solene a todos os cantos da casa, afastando os últimos eventuais demónios…

A peregrinação nacional de Cacheu

Em Cacheu, como se sabe, existe uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Natividade, que é considerada a mais antiga da diocese. Este ano a peregrinação teve um carácter nacional, com a participação de fiéis das duas dioceses (Bissau e Bafatá), e a presença extraordinária de pessoas vindas do Senegal e do Brasil. Alguém falou – um pouco pomposamente – de peregrinação “internacional”. Seja como for, foi uma maravilhosa manifestação de fé e de devoção à Virgem Maria.

Pela ocasião estavam presentes os três bispos, sendo o neo-consagrado bispo D. José Lampra Cá o presidente da celebração. Muitíssimos os jovens, os quais tiveram a sua peregrinação no dia anterior. Calcula-se que participaram entre 3.500 e 4.000 pessoas. 

Chedaga a Cacheu

D. Pedro e D. José Lampra Ca

Chegada da imagem de N.S. da Natividade

A delegaçao dos muçulmanos de Cacheu

Advento: tempo de renovação

Neste tempo de Advento vários grupos estão a renovar os seus dirigentes. Também as nossas fraternidades seculares (ou melhor, os nossos leigos franciscanos) estão a renovar-se.

Assim, a fraternidade de Canchungo reuniu-se no dia 19 de Novembro e escolheu os membros do conselho da fraternidade; o novo ministro é José Elias Vasconcelos, enquanto o seu vice é Feliciano Lino Gomes.

Em Bissau, na paróquia de Antula, a fraternidade local fez a mesma coisa no domingo passado. Os novos dirigentes são: Carlos Djú (ministro) e Armando Una Quissif (vice-ministro).

A todos eles os nossos parabéns e votos de fecundo trabalho!

José Elias Vasconcelos e Manuel Iaia Mancal (novo e antigo ministros)

A fraternidade secular de Antula reunida em capitulo

Palavra de vida para o mês de Dezembro 

 

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» [Lc 3, 4]

Neste tempo do Advento, aqui está uma nova “palavra”, que somos convidados a viver. O evangelista Lucas foi buscar a frase de Isaías, o profeta da consolação. Para os primeiros cristãos, ela é atribuída a João, o Baptista, que precedeu Jesus.

E a Igreja, neste tempo que antecede o Natal, apresentando – como dizíamos – o Precursor, convida-nos a viver na alegria, porque João Baptista é como um mensageiro que anuncia o Rei. Este, de facto, está para chegar. Aproxima-se o tempo em que Deus cumpre as Suas promessas, perdoa os pecados, dá a salvação.

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas».

Mas, se esta é uma palavra de alegria, é também um convite para uma nova orientação de toda a nossa existência, para uma mudança radical de vida.

O Baptista convida a preparar o caminho do Senhor. Mas qual é esse caminho?

Anunciado pelo Baptista, Jesus, antes de sair para a vida pública e começar a sua pregação, passou pelo deserto. Foi este o Seu caminho. E no deserto, se por um lado encontrou a profunda intimidade com o Seu Pai, encontrou também as tentações – fazendo-se assim solidário com todas as pessoas –, das quais saiu vencedor. E esse mesmo percurso encontramos mais tarde, na Sua morte e ressurreição. Jesus, tendo percorrido o Seu caminho até ao fim, torna-se Ele mesmo “caminho” para nós, que estamos a caminho.

Jesus é o caminho por onde devemos seguir para podermos realizar profundamente a nossa vocação humana, que é entrar na plena comunhão com Deus.

Cada um de nós é chamado a preparar o caminho a Jesus, que quer entrar na nossa vida. É preciso, então, endireitar as veredas da nossa existência, para que Ele possa entrar em nós.

Temos que Lhe preparar o caminho, eliminando, um por um, todos os obstáculos: aqueles que são postos pelo nosso modo limitado de ver as coisas, pela nossa vontade fraca.

Temos de ter a coragem de escolher entre um caminho feito por nós e o que Ele preparou para nós. Entre a nossa vontade e a Sua. Entre um programa querido por nós e aquele que foi pensado pelo Seu amor omnipotente.

E uma vez tomada essa decisão, temos de trabalhar para adaptar a nossa vontade recalcitrante à Sua. Como? Os cristãos realizados ensinam um método bom, prático, inteligente: fazê-lo agora, neste momento.

No momento presente retiremos uma pedra após outra, para que nunca mais viva a nossa vontade em nós, mas sim a Sua.

Assim viveremos a Palavra:

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas».

Avenida de entrada ao centro de acolhimento de Bor

Advento: tempo de acolhimento

Ontem celebrei a s. Missa no centro de acolhimento “Bambaran”, em Bor. Este centro foi aberto no ano passado pela Diocese de Bissau e acolhe actualmente 17 crianças órfãs e abandonadas. A orientar o centro são três irmãs Marianitas, entre as quais duas são “junioristas” (quer dizer que só fizeram a profissão simples).  Gostei muito do ambiente simples e acolhedor e do amor e carinho com o qual estas irmãs se dedicam às crianças. Não é fácil recriar um ambiente familiar quando a família de origem está completamente destruída ou nunca existiu verdadeiramente. 

Ir. Alberta, ir. Esperança e ir. Eurizanda

 Mas elas estão a conseguir. Neste tempo de “advento” (= espera da vinda de Jesus) podemos olhar para elas como um exemplo de como devemos acolher o menino de Belém na nossa vida: amando-o nos mais pobres e abandonados. 

Papa Bento XVI publica a Exortação Apostólica “Africae munus”

Hoje, em Ouidah (Benim) o papa Bento XVI entregou aos bispos africanos a Exortação apostólica “Africae Munus”, que coroa e conclui os trabalhos do 2° Sínodo africano. Eis a parte conclusiva do documento:

“Possa a Igreja Católica na África ser sempre um dos pulmões espirituais da humanidade e tornar-se cada dia mais uma bênção para o nobre continente africano e para o mundo inteiro.” (n. 177).

Quem for interessado, pode descarregar o documento aqui: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20111119_africae-munus_po.html.

A todos, boa leitura!

A catedral de Bissau no dia da ordenaçao episcopal de D. José Lampra Ca

O novo bispo auxiliar D. José Lampra Ca é consagrado

No dia 12 de Novembro, a nossa Diocese viveu um momento altamente significativo com a ordenação do seu primeiro bispo auxiliar, D. José Lampra Cá. O neo-eleito é natural de Blom de Biombo, onde nasceu em 1964. Foi baptizado em 1977 pelo fr. Gentile Baú, franciscano italiano, responsável daquela missão e grande evangelizador daquela região. Não é exagerado dizer que o neo-consagrado bispo é “franciscano no coração” – como ele mesmo admitiu várias vezes.

Até ao momento da consagração, D. José revestiu vários cargos, entre os quais Reitor no Seminário Menor Diocesano e professor de filosofia no Seminário Maior.

Ele vai continuar a exercer este último cargo, na espera de a Diocese encontrar um outro professor.

O neo-consagrado com D. Pedro Zilli, bispo de Bafata (a esq.) e D. Luis Mariano Montemayor, nuncio apostolico de Senegal, Mauritania, Cabo Verde e Guiné-Bissau

Uma fraternidade muito especial

É a minha fraternidade. Somos doze, entre africanos e europeus. A nossa fraternidade é a mais numerosa da Custódia, pois somos  doze frades.

Isto porque ela engloba três entidades muito diferentes: o seminário menor, a paróquia e a fraternidade.

Acerca da fraternidade, é preciso especificar logo que a nossa é uma fraternidade de formação, com sete jovens frades a estudar no Seminário maior diocesano (1 no curso propedêutico, 1 na filosofia, 3 na teologia e 2 no ano diaconal) e cinco frades sacerdotes (dos quais 2 se ocupam do seminário franciscano e 3 da paróquia).

Somos uma comunidade muito viva, alegre e descontraída. A nossa diversidade é a nossa riqueza. Os frades sacerdotes são: fr. Joao Dias Vicente (guardião e mestre de formação), fr. Renato (pároco e professor de francês e Catecismo da Igreja católica no seminário maior), fr. José (ainda estudante no ENA = Escola nacional de administração), fr. Domingos Ihala Imbunde (reitor do seminário franciscano e professor de Historia da Igreja no seminário maior) e fr. Domingos Tchigna (vice-reitor).

Os outros sete frades são estudantes: Antonio, Arlindo, Benicio, Boaventura, Lucas, Maximo e Victorino. 

De esq. para direita: Boaventura, Domingos Tchigna, Benicio, Maximo, Renato, Victorino, Domingos Ihala, Antonio, Lucas, José, Arlindo e Joao Dias Vicente.

.

Em Assis o 3° encontro de oração pela paz com as grandes religiões

No próximo 27 de Outubro terá lugar o 3° encontro de oração pela paz, à distância de 25 anos do primeiro histórico encontro promovido pelo saudoso papa Joao Paulo II. Também Bento XVI decidiu convocar em Assis este novo encontro, convidando os chefes religiosos do mundo inteiro. A escolha de Assis é muito significativa pois é a cidade onde nasceu S. Francisco, o “Irmão universal”, o homem da reconciliação e da paz.

Para quem quiser unir-se ao papa e aos representantes das grandes religiões do mundo durante este dia de oração e de jejum, o Website: http://spiritodiassisi.wordpress.com oferece abundante material em varias línguas. Os franciscanos, em particular, são convidados a não deixar passar despercebida esta data tão significativa para eles.

Na carta de convocação da Conferência da Família Franciscana os ministros das diferentes famílias franciscanas escrevem:

“Irmãos e irmãs, o legado de Francisco e Clara guiaram o Santo Padre a escolher Assis como o lugar do evento original, tornando-se conhecido como O Espírito de Assis. Rezemos para que, durante a celebração deste aniversário, possamos ser inspirados a renovar o espírito dos nossos Santos Fundadores, que nos conduz a curar as feridas que afligem nosso mundo hoje. Que a Celebração do 25° aniversário do Espírito de Assis possa nos ajudar a revitalizar nossa vida e nossos trabalhos. Como Francisco e Clara, possamos oferecer testemunho e serviços vibrantes na construção de um mundo mais justo e pacifico”. 

O encontro em Assis de 27 de Outubro de 1986