sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ano lectivo comprometido na Guiné-Bissau

Na primeira página do No Pintcha (jornal filo-governativo) de 3 de Outubro, lê-se este título: "Governo promete ano lectivo sem interrupções", enquanto o sub-título declara: "Ano escolar arranca com greve de 77 dias". Sinceramente, não se sabe se rir-se ou chorar....
Como no ano passado, o novo ano lectivo começa mal, tendo os dois sindicatos dos professores declarado uma greve até a 15 de Dezembro em todas as escolas públicas. Pobres alunos e estudantes!
Claro que os professores têm o direito de reclamar o pagamento dos seus salários em atraso (9 meses para os novos ingressos e 7 para os contratados), mas porque é que se recorre sempre e só às greves para resolver estes problemas, cujas vitimas inocentes são - mais uma vez - as camadas mais jovens do país?
Além disso, é preciso dizer que este governo não tem praticamente nenhum poder de contratação, sendo muito fragilizado e limitado, para não falar do fato que foi abandonado pela comunidade internacional. Noutras palavras, os sindicatos não têm um interlocutor capaz de responder às suas revendicações.
Portanto, eu penso que as greves não têm sentido neste momento, pelo contrário, estão a comprometer o futuro do País, não garantendo aos seus jovens uma boa instrução e educação. Corremos o risco de ter nos próximos anos uma multidão de pessoas incompetentes, e só uma minoria de profissionais competentes (os que tiveram a chance de estudar numa escola privada). As escolas privadas são uma solução temporária, mas não podem em nenhum caso substituir a missão da escola pública.

Início do ano lectivo 2013-2014 em Nhoma
Alunos da escola "S. Bernardino de Sena" durante uma palestra


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