quinta-feira, 25 de junho de 2020

Fr. Ernesto Bicego, uma vida para a missão

O fr. Ernesto Bicego é neste momento o missionário mais antigo da Guiné-Bissau, tendo chegado neste país a 28 de junho de 1967, juntamente com o fr. Silvano de Cao: 53 anos de vida missionária!
Nascido a 5 de agosto de 1941, ele vive atualmente na missão de Blom, onde é o diretor da escola católica "São Bento o Africano". Colocamos-lhe algumas perguntas sobre a sua longa experiência de missionário na Guiné-Bissau. Aqui vem as respostas.

- Podes fazer um balanço da tua vida missionária para nós? Como foi nestes 53 anos?

Fr. Ernesto: Foi uma experiência maravilhosa, desde o início. Eramos cinco frades em Cumura: Settímio, Marcos, Epifânio, Silvano e eu. Dois sacerdotes e tres irmãos leigos. Mais tarde, diante da carência de padres, o p. Settimio pediu-me para eu estudar teologia em vista da ordenação, que teve lugar a 28 de junho de 1982. Durante os primeiros anos de Cumura eu fui encarregado da carpintaria juntamente com o fr. Silvano, depois fui fazer um curso em Italia de mecânica (de 1971 a 1973) para tomar conta da oficina mecânica que foi inaugurada em dezembro de 1974. Como sacerdote, eu fui encarregado e trabalhei sobretudo nas comunidades de Cumura, Cumura-Papel e Prabis.

- Podes falar um pouco das condiçoes de vida durante os primeiros anos em Cumura?

Fr. Ernesto: Não havia tantas possibilidades. A nossa casa era verdadeiramente pobre: não havia luz, mas a vida fraterna era fantástica. Os mosquitos!... no tempo da chuva havia mosquitos por todo o lado, entravam mesmo debaixo dos mosquiteiros!
Por outro lado, a gente era muito acolhedora. Iamos a fazer catequese nas tabancas, o povo respondia muito bem. Dar catequese era um gosto, uma grande satisfação para o missionário. A gente respondia. Tínhamos também os internatos masculino e feminino: eram jovens das tabancas que o fr. Settímio tinha acolhido na missão para que podessem estudar e receber uma boa formação humana e cristã. Mas só havia o ensino básico, até à quarta classe.


- Uma última palavra para os nossos leitores?
- Fr. Ernesto: Se pudesse voltar atrás, começaria tudo de novo!

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