terça-feira, 28 de junho de 2011

A paróquia de Brá celebra o santo padroeiro

No domingo passado, celebrámos a festa do nosso santo padroeiro, S. João Baptista, cuja festa litúrgica caiu na 6ª-feira (solenidade do seu nascimento), mas por conveniência foi adiada ao domingo. Como este ano estamos a festejar também 25 anos de fundação da paróquia, vale a pena lembrar aqui algumas datas significativas da sua história, antes de tratar da festa de santo padroeiro.
A erecção da paróquia foi em 14 de Setembro de 1986. O bispo D. Settimio entregou-a aos franciscanos “in perpetuum” (= para sempre). Na altura não foi nomeado nenhum pároco. Foi preciso esperar três anos para ter a nomeação do primeiro pároco: fr. Ciro Centis, que acabava de chegar da Itália. Depois dele, os párocos foram: fr. Giovanni Cazzola (1995-2001), fr. Joaquim Ialá (2001-2006) e fr. Renato Chiumento (desde 2006 até à data presente). Em 2 de Fevereiro de 1992 houve o lançamento da primeira pedra e em 25 de Janeiro de 1996 a inauguração da igreja e do centro paroquial. Desde então a comunidade cristã cresceu muito, contando agora com cinco comunidades sólidas e bem organizadas (Brá; S. Paulo; S. Clara/Plack-1; S. Agostinho/Hafia; S. Carlos Lwanga/Plack-2) e duas comunidades a mover os primeiros passos (Brene e a comunidade anglófona). Esta última comunidade, que surgiu em 2007, tem um estatuto particular: os seus membros escolheram a nossa paróquia como ponto de referência por causa da s. Missa dominical em inglês (e para a celebração dos outros sacramentos), mas os mesmos estão espalhados em toda a cidade.
É tempo agora de falarmos da festa do nosso santo padroeiro. A preparação espiritual para a festa começou no início da semana com as confissões nas diferentes comunidades; organizamos também uma palestra sobre a vida de S. João Batista e, no sábado, uma procissão do aeroporto até à igreja paroquial. 

Finalmente no dia 26 de Junho, em que a Igreja católica comemorava a solenidade do Corpo e Sangue do Senhor, foi a grande festa. Pela ocasião, a Radio Sol Mansi fez a cobertura da celebração, presidida pelo fr. Cesário Francisco Mendes Gomes, coadjutor, e concelebrada por três sacerdotes. Como é costume da nossa paróquia, todas as comunidades convergiram para Brá, onde foi celebrada uma única s. Missa, animada pelas diferentes comunidades. 



A seguir à celebração, houve um concurso bíblico e cultural (sobre a historia da paroquia) que gozou de um publico atento e participativo. Na parte da tarde, depois do almoço partilhado, houve jogos recreativos e um espectáculo do grupo IRIS. A chuva se apresentou na parte da tarde, com a intenção de estragar tudo, mas não conseguiu. Nós conseguimos realizar todo o programa e até acrescentamos o filme (que não estava previsto). 


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aspirantes à vida religiosa

Moram perto de nossa fraternidade e dão uma ajuda muito grande na paróquia. Estou a falar das Irmãs Franciscanas de Cristo Rei, sobre as quais já falei na ocasião dos 25 anos de presença na Guiné-Bissau. Com o seu estilo de vida simples e alegre, o seu serviço infatigável na catequese, no centro de saúde, no jardim, elas têm atirado desde o início muitas raparigas da nossa paróquia e dos arredores.
Este ano seis “aspirantes” à vida religiosa franciscana estão a viver na casa de formação das nossas irmãs. A sua formadora é a ir. Lídia Ferraro, italiana, à sua primeira experiencia missionária em África. É um tipo muito dinâmico e corajoso, que não tem medo de abrir novos caminhos e desafiá-las propondo-lhes grandes ideais e altas metas. E até agora as suas “badjudas” estão a corresponder, mostrando entusiasmo e personalidade. 


Os nomes delas são: Jorgina, Ivandira, Mariza, Nicolina, Muta e Miriam. Cada uma tem a sua história vocacional: diferente, rica, interessante. Jorgina, por exemplo, vem de uma família muçulmana. Tendo perdido a sua mãe na infância, foi educada por uma tia cristã que lhe transmitiu a sua fé e agora ela é orgulhosa de ser cristã. Ivandira, por seu lado, teve as suas dificuldades em convencer o seu pai, que não queria deixá-la partir. Felizmente, a sua mãe convenceu o marido e agora ela está firmemente decidida a seguir o caminho da vida consagrada. Nicolina passou também as suas dificuldades. Tendo perdido o pai em 2004, ficou só com a mãe. No seu caso foi um tio que não queria que ela entrasse na casa de formação. Mas ela ficou firme na sua decisão e agora está feliz da sua escolha.
  
Ivandira, Miriam, Mariza, Jorgina, Muta, ir. Lidia e Nicolina
Este ano as nossas irmãs hospedam na sua casa um outro grupo de jovens, que estão num nível mais adiantado da sua formação : trata-se de cinco raparigas, das quais três são aspirantes e duas postulantes. A sua formadora é a ir. Gessi, brasileira. É um tipo bastante exigente, mas que sabe também ser compreensiva. 

Augusta, Sandis, Uié,Eva, Cesaria e a ir. Gessi


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Casamentos cristaõs

Na nossa paróquia os casamentos são frequentes. No ano passado, por exemplo, celebramos treze casamentos. Foi um ano abundante. Este ano os casamentos foram (apenas) seis, até à data presente. Mas a particularidade deste ano são os casamentos “internacionais”, quer dizer, entre cônjuges de nacionalidade diferente.
No dia 14 de Maio, tivemos um casamento entre um nigeriano (Levi Ebere Chukwu Obiagwu) e uma ivoriana (Epiphanie Ouattara Sarah). A pedido dos noivos, a celebração foi nas duas línguas: as leituras foram em inglês e francês; a homilia foi em francês; a promessa de fidelidade foi feita por cada um na sua língua materna. Estavam presentes os membros das duas comunidades católicas presentes na Guiné: francófona e anglófona. Foi mesmo bonito.
No dia 28 foi a vez de um italiano, amigo dos franciscanos (Denis Rossi) que casou com uma guineense (Judite Paulo Sami ), que foi cozinheira da nossa fraternidade. Neste caso a cerimónia foi toda em crioulo (o dialecto nacional da Guiné), com o noivo a fazer um grande esforço para pronunciar correctamente a fórmula de fidelidade. Tudo correu bem e agora os dois já estão na Itália. 


É extraordinário constatar como o amor humano pode ser tão forte que faz ultrapassar todas as barreiras (de nação, língua, cultura, religião) e ligar pessoas numa aventura que é sempre apaixonante, mas também cheia de riscos, surpresas, incógnitas. Costuma-se dizer que o amor é cego. Pessoalmente, prefiro pensar que o amor é a maior “invenção” de Deus, a sua dádiva mais extraordinária aos homens. E o sinal mais seguro da sua presença entre nós.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Enterro religioso ou tradicional?

Ontem, alguns paroquianos vieram visitar-me para pedir uma “missa de corpo presente” para uma jovem paroquiana que acabava de falecer. Tendo controlado os registos da paróquia (ela tinha sido baptizada e crismada), aceitei de rezar a s. missa para esta rapariga  (tinha 24 anos!), mas avisei logo que não estaria de acordo em misturar a nossa celebração com outras cerimonias tradicionais (por ex. mata porco, etc.). Eles também concordaram. Hoje, com minha grande surpresa, disseram-me que uma bênção do corpo era suficiente, porque depois haveriam outros ritos tradicionais. Fiquei muito irritado com isso e mandei dizer que, neste caso, não haveria nenhuma bênção do corpo, porque a Igreja católica não pode aceitar estas misturas. Assim os familiares fizeram o enterro da pobre menina segundo o rito tradicional pepel, estando os meus cristãos ao lado, calados e incapazes de reagir.

Para nós os cristãos, o dia de hoje foi uma derrota. Mas quando é que os nossos cristãos irão compreender que não é o sangue de porco que purifica e lava, mas a fé em Jesus nosso único Salvador? Nisto os nossos irmãos evangélicos - e mesmo os muçulmanos - são exemplares, não permitindo nenhuma outra cerimonia. E nós, até quando iremos tolerar estes compromissos que não honram a nossa fé?
 

terça-feira, 7 de junho de 2011

A JUFRA dá o exemplo

A JUFRA (=Juventude Franciscana) é certamente a grande novidade deste ano na nossa paroquia. Este grupo de inspiração franciscana  está a atrair cada vez mais adolescentes e jovens, desejosos de seguir os passos de Francisco e Clara de Assis.
No ano passado (21 de Novembro), depois de um ano de intensa formação, 57 "jufristas" fizeram a "promessa evangélica" , que consiste em viver o Evangelho ao jeito de S. Francisco.




Este ano, o grupo aumentou sensivelmente com a chegada de uma nova vaga de "aspirantes" que, pelos vistos, estão a ser ainda mais sérios e empenhados do que os seus colegas mais velhos. Quem diz isso é o assistente deles, o infatigável fr. Cesário Francisco Mendes Gomes, jovem padre franciscano de Canchungo, que com amor e paixão está a acompanhá-los desde o início. É provavelmente esse o segredo do sucesso deste grupo: o facto de ter um assistente que acredita nos jovens e aposta neles.
Duas as iniciativas que o grupo lançou este ano:
1. A produção de sumos, compotas e vinho a partir de produtos locais, no esforço de criar um fundo para o grupo (auto-financiamento);
 2. A marcha franciscana, que irá percorrer algumas tabancas do Norte da Guiné (região de Cacheu), à descoberta de alguns valores fortes da espiritualidade franciscana. Esta é uma novidade absoluta para a Guiné e quer, de alguma forma, imitar outras experiências já consolidadas noutros países (como a Itália e o Togo). As inscrições estão ainda abertas. O período é de 10 a 19 de Julho.
Estás convidado!
Os "jufristas" que professaram no ano passado com o fr. Cesário (o primeiro a esquerda)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia do catequista é celebrado em Antula

No sábado passado (4 de Junho), os catequistas das nove paróquias de Bissau juntaram na horta dos Antigos Combatentes, em Antula, para celebrar o seu Dia do catequista. A festa é uma novidade para o sector pastoral, que a introduziu há pouco tempo, com o objetivo de fomentar a amizade entre os nossos catequistas e encorajá-los na sua difícil missão. Todas as paróquias estavam presentes, inclusive a de Nossa Senhora dos Bijagós (Bubaque). Na parte da manhã houve uma celebração eucarística, presidida pelo delegado do bispo para o sector pastoral e concelebrada por vários párocos. 
Fr. Renato, delegado do bispo, preside a celebração, tendo ao seu lado fr. Michael e outros párocos
 Depois do almoço (partilhado), houve uma tarde “cultural” com peças teatrais, cantigas, danças e poesias. A nossa paróquia apresentou uma peça, cujo tema era “O catequista do ano”, que foi muito apreciada. 
Tarde recreativa

Peça teatral

Ir. Esperança e ir. Laura (marianitas)

A paróquia de Brá apresenta a sua peça